(O início de um novo ano raramente nos traz uma verdadeira mudança na vida. A nós, criaturas habitantes no hemisfério Norte, e que queremos mesmo é descansar e recarregar energias em Julho e Agosto, o calendário cronológico na prática está perfeitamente desfasado do nosso ciclo de vida. A Rentrée é em Setembro, e essa no fundo é que importa. No entanto, tal não invalida que, nessas noites bem regadas de Passagem de Ano, eu aproveite para mergulhar no gargalo da nostalgia, da memória e do arrependimento dos 365 dias e noites que ficaram para trás.)
Na noite fria do último Réveillon, depois dos mais apressados e fogosos primários cumprimentos de 2008, fui para o terraço deserto para te encontrar. Sobre a rede só o céu estrelado e o meu corpo para ali atirado. O telefone sobe e é a tua voz que ouço do outro lado. Porque é somente a tua voz que procuro. Tenho hoje consciência de que mal falei. Tenho hoje consciência de que mesmo aquilo que balbuciei foi sentido, sincero, mas corrosivamente não filtrado. Lembro-te calma, a dizeres-me o que eu devia ouvir. É incrível como tens sempre o que dizer, e sabes sempre a forma mais elegante de o fazer..
Os segundos passam e o meu olhar fica enevoado. O terraço murado onde entrei era agora um campo vasto e sem fronteiras. Estou eu a levitar sobre esse campo, e estás tu com paciência infinita a acompanhar-me. Quando desligamos, deixo o telefone cair sobre o meu peito e a mão cai-me pesada sobre a cara para estancar a hemorragia mais profunda, desse sangue cristalino que o coração bombeia directo para os olhos.
Ninguém sabe… ninguém sabe Gringa, que se a intensidade morou nas horas que passámos juntos, foi porque soubeste abrir o véu; ninguém sabe Gringa, que a ti me entreguei da forma mais pura, frontal e convicta que pode existir; ninguém sabe que tantas vezes acabei por te ferir para te proteger; ninguém, niguém sabe Gringa, que quando te senti partir, o meu coração chorou; ninguém sabe, Gringa, que há sítios nesta cidade onde te sinto; ninguém sabe, Gringa, que há noites em que o escuro do fechar de olhos é substituído pelo brilho da tua imagem; ninguém sabe Gringa, o quanto gosto de ti, e o que isso significa; ninguém sabe o que foste, ainda menos o que és em mim...
Ninguém sabe Gringa, ninguém ninguém!
Não o sabia eu também há 1 ano atrás.
E tu, saberás? Creio que não. E ainda bem.
(Estranha forma de desejar-te Felicidade. Mas a mais sincera, e aquela que há muito merecias. Parabéns!)
Na noite fria do último Réveillon, depois dos mais apressados e fogosos primários cumprimentos de 2008, fui para o terraço deserto para te encontrar. Sobre a rede só o céu estrelado e o meu corpo para ali atirado. O telefone sobe e é a tua voz que ouço do outro lado. Porque é somente a tua voz que procuro. Tenho hoje consciência de que mal falei. Tenho hoje consciência de que mesmo aquilo que balbuciei foi sentido, sincero, mas corrosivamente não filtrado. Lembro-te calma, a dizeres-me o que eu devia ouvir. É incrível como tens sempre o que dizer, e sabes sempre a forma mais elegante de o fazer..
Os segundos passam e o meu olhar fica enevoado. O terraço murado onde entrei era agora um campo vasto e sem fronteiras. Estou eu a levitar sobre esse campo, e estás tu com paciência infinita a acompanhar-me. Quando desligamos, deixo o telefone cair sobre o meu peito e a mão cai-me pesada sobre a cara para estancar a hemorragia mais profunda, desse sangue cristalino que o coração bombeia directo para os olhos.
Ninguém sabe… ninguém sabe Gringa, que se a intensidade morou nas horas que passámos juntos, foi porque soubeste abrir o véu; ninguém sabe Gringa, que a ti me entreguei da forma mais pura, frontal e convicta que pode existir; ninguém sabe que tantas vezes acabei por te ferir para te proteger; ninguém, niguém sabe Gringa, que quando te senti partir, o meu coração chorou; ninguém sabe, Gringa, que há sítios nesta cidade onde te sinto; ninguém sabe, Gringa, que há noites em que o escuro do fechar de olhos é substituído pelo brilho da tua imagem; ninguém sabe Gringa, o quanto gosto de ti, e o que isso significa; ninguém sabe o que foste, ainda menos o que és em mim...
Ninguém sabe Gringa, ninguém ninguém!
Não o sabia eu também há 1 ano atrás.
E tu, saberás? Creio que não. E ainda bem.
(Estranha forma de desejar-te Felicidade. Mas a mais sincera, e aquela que há muito merecias. Parabéns!)
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