19 December 2007

Eu pago por...

... um bom momento! Porque, já diz o povo, é o que fica desta vida!
Há uns anos havia alguém que me dizia assim: "epá, tu compras a melhor aparelhagem do mercado. Vais para casa todo contente e durante um dia, dois.. uma semana.. um mês que seja (!) vais curtir aquilo ao máximo. Mas com o tempo isso vai passando e a magia da aparelhagem desaparece, se é que a continuas a usar. Mas com as viagens não: tu viajas hoje e podes crer que as recordações te acompanharão para sempre. É o melhor investimento que pode fazer!"
Eu corroboro na íntegra desta comparação. E para mim as viagens ficam porque trazem sempre estórias e aventuras, passagens e conversas, que no quotidiano não têm nunca lugar. Por isso eu não me importo nada de pagar por um bom momento! Porque a alegria que vou sentir de cada uma das dezenas de vezes que me lembrar dele vai compensar largamente as notas que ali deixar. Por isso eu não quero que amigo meu algum se recuse a jantar comigo por "não lhe dar jeito". Quero lá saber dessa merda: eu pago! Por isso eu não quero que alguém não venha comigo a um espectáculo "porque o bilhete é caro". Quero lá saber dessa merda: eu pago! Altruísmo? Não. Antes pelo contrário, é puro egoísmo. É a minha alegria, o meu contentamento, que eu estou a comprar. E faço-o porque sei que muitos o fariam e fazem comigo também.

16 December 2007

Afinal...

... ainda há momentos que nos fazem pensar que viver compensa. E quando temos uma daquelas pessoas, assim uma daquelas pessoas do nosso pódio, a dedicar-nos umas linhas em silêncio e sem publicidades, sem interesses, somos levados a pensar que é por isto, por quem gostamos e por quem nos gosta, que vale a pena este trajecto de fim imprevisto.
Abraço primão.

08 December 2007

Despertador monocórdico


Hoje acordei com este jovem a falar ao meu lado, assim mesmo mesmo ao meu lado. Mas para além de não ser muito normal receber visitas de manhã, também estranhei aquela lenga-lenga da cooperação entre Europa e África, porque não acho que seja a maneira mais própria de se acordar alguém. E foi assim, meio estremunhado, que lá abri um olho para ver que raio fazia ele ali!

Vou inventar um comando para a TV da sala, em que o botão de diminuir o volume ocupe assim... vá lá... 99,9287% da área total do comando! Embrulho muito bem embrulhadinho, e ofereço-o com o mais cândido dos sorrisos aos meus maravilhosos papás.

01 December 2007

Hoje há BENFICA x Porto


(e eu, claro, lá estarei...)

20 November 2007

RIP

Na profissão que escolhi, e que para o caso pouco importa, tenho a cada momento sob minha liderança e responsabilidade toda uma equipa de homens naturalmente diferentes entre si, mas todos mais velhos que eu, empenhados, responsáveis, de instrução muitas vezes limitada, e oriundos das mais diversas partes do País e do Mundo.
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Em finais de 2005 conheci o JR. Eu, com escassos e ignorantes 5 ou 6 meses de profissão; e ele, que talvez não tivesse ainda 40 anos de vida, mas concerteza mais de 20 de trabalho. Eu, muito naturalmente burro, mas ávido de ver e aprender; e ele de sorriso no rosto com paciência infinita para me mostrar e ensinar. Ambos no mesmo local de trabalho, perto de Lisboa. Eu, alfacinha, em casa; ele, minhoto, longe da dele. Lá fomos involuntariamente criando a proximidade que 12 horas diárias de trabalho conjunto muito facilitam.
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Certa hora, de um anoitecer frio de Primavera, o JR aproximou-se sem o sorriso puro que lhe conhecia. Dez anos em trabalhos consecutivos na zona de Lisboa, significavam também dez anos longe da casa, filhos e mulher que lá no Alto Minho permaneciam. Dez anos tão insuficientemente interrompidos por algumas horas de visitas semanais. Naquele fim de tarde o JR libertou quase tudo o que podia, limitando-se a custo a conter as lágrimas que a situação crónica de um casamento em que a mulher já nem lhe falava, lhe provocavam.
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Mexendo onde podia com a minha inexperiência e palavra de pouco peso, lá consegui que o JR fosse de férias para salvar o casamento, tendo sido seguidamente colocado a trabalhar no Porto. "Sim, as coisas agora estão melhores. Sempre dá para ir a casa também a meio da semana. É diferente!" Foi o que lhe ouvi então dizer. Ouvi, feliz por ele, e com certa e confessa dose de orgulho.
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Encontrei o JR no Almoço de Natal de 2006 da empresa. Mais de meio ano depois. Abracei-o e perguntei-lhe se estava bem. "Estou. Agora estou!" E sorriu. De novo o sorriso puro de tão puro minhoto. Não o voltei a ver nessa festa. Nem nunca mais.
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Na manhã de ontem o JR morreu na estrada. A ir de casa para o Porto para trabalhar. Irado pelo atraso que uma qualquer contrariedade lhe provocou. Irritado porque, por uma vez em anos, não tinha conseguido estar às 8h00 onde devia.
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O meu dia de trabalho hoje acabou mais cedo. O meu sorriso também.

19 November 2007

Coincidências

Estou a ler o novo do MST. Acabo de ler uma passagem em que uma das personagens - Pedro é deixado pela namorada. Angelina, o nome da jovem, quer ser pintora nesse Portugal do Estado Novo e então resolve ir para Paris. Depois disto decorre o seguinte diálogo entre ele e o irmão (mais velho):
"- Sabes, estas coisas, às vezes, são mais complicadas do que estamos à espera. A Angelina não é uma pessoa vulgar, normal. Talvez este não fosse o vosso tempo. Ela quer mesmo ser pintora e isso não tem nada a ver com os sentimentos em relação a ti...
- E tu achas que isso me consola?
(...)
- Não sei que te dizer, Pedro. Realmente, não há consolo algum nisto, nem sequer em saberes que ela te ama e que não foi por não te amar que se foi.
- Diogo, agradeço o teu esforço. Dou graças a Deus por ter um irmão como tu, com a tua sensibilidade. Mas não precisas de dizer nada: eu sei que posso contar contigo e isso é tudo o que me basta, agora. O resto, tudo o que eu sinto... ninguém, nem mesmo tu, me pode ajudar.
(...)
- Pedro, tens 29 anos: a vida não acaba aqui. Falhou uma oportunidade, mas terás outras para ser feliz.
- Uma parte de mim morreu para sempre com a partida da Angelina. E uma parte importante, acredita."
Também uma parte de mim morreu com a tua partida. A mais importante, acredita!

13 November 2007

Calvin Nº 2


É tão tão bom quando nos sentimos assim, num qualquer estado Nirvana.

12 November 2007

Bom Dia

Hoje acordei e quis dizer-te 'Bom Dia'. Como em tantas outras recentes manhãs. Escrevi a mensagem, mas apaguei. Porque sei que não queres. Porque sei que não devo. Confesso aliás a esperança que tive, quando liguei o telefone, de receber um sinal teu. Parvoíce minha, eu sei. Passado, eu sei. Mas há coisa nesta vida mais parva e tola que a paixão?

Limitei-me a sussurrar. Será que me ouves? Não?!
Eu repito, só para ti: Bom dia...

11 November 2007

Timings

De que serve dar razão aos outros quando é tarde demais e isso para nada importa já?

O jogo

Eu, que pouco digo e muito sinto, hei-de ficar sempre a perder, nesta vida em que o ego e o coração se alimentam das aparências, para todos aqueles que, não sentindo, muito dizem.

09 November 2007

Silêncio...


... porque na minha cabeça ainda há ecos de Fado deste indescritível Mariza & Friends a que acabo de asistir no Atlântico.


08 November 2007

Parecia! (Fase II)

Ok, eu assumo que devia ter visto o pilar do estacionamento. Mas o parafuso que resolveu espetar-se na porcaria do pneu, convenhamos que era impossível..

07 November 2007

Parecia!

Epá, eu ia jurar que aquele pilar não estava lá quando eu arranquei com o carro...

30 October 2007

27 October 2007

Do outro lado do vidro

Porque procurei, encontrei. Não a ti, bastou a tua imagem. O esmagar do coração e o vácuo no peito não deixam margem para a dúvida: és tu. Continuas a ser tu. Aquela, a única que os meus olhos vêm quando fecham.
A tua proximidade consegue apenas aumentar a dor fulminante que me dilacera. E faz-me recordar que sem ti pouco mais sou que um lânguido corpo cerebral.

Rever-te traz-me o imediato arrependimento de te ter procurado. Juro para nunca mais. Mas eu sei que o meu nunca é cobardemente efémero..

23 October 2007

Viciante

Estes já estão na minha agenda. Sou fã! Todos os dias diferente. Todos os dias aquele pontapé de 4-5 minutos na monotonia do quotidiano. Logo de manhãzinha, muitas vezes até antes do café. E de preferência antes ainda de ligar o telemóvel.
Mais que incorrigíveis, absolutamente imperdíveis. Genial.

15 October 2007

Singularidade: eu

Se os meus olhos não te encontram;
Se os meus ouvidos não te escutam;
Se o meu cheiro não te sente;
Se o meu tacto não te toca;

Porque continua a minha boca a chamar insistentemente por ti?

07 October 2007

Uma agradável surpresa...

... é passarmos e olharmos para uma loja da Triumph quando não nos lembramos que a cara actual da marca é a Cláudia Vieira. É de fixar qualquer olhar testosterónico.

28 September 2007

Evolução do roubo


(Gosto de tudo o que seja bem feito. Gosto da genialidade. E gosto muito de bd e cartoon. Esta imagem junta os dois.)

26 September 2007

Inconsciente

Os meus sonhos são coisa rara. Pelo menos que me lembre, passam-se meses que não sonho com coisa alguma.
Mas esta noite sonhei. Sonhar é bom demais. É, no sentido mais literal possível, excessivamente aprazível. Não suporto o embate e a desilusão de despertar e encarar a realidade. É que nesse Mundo em neblina dos sonhos, tu estás sempre lá.

24 September 2007

Dor

"Vê se te endireitas cigano". Esta frase, tão simples e despreconceituosa, foi-me dita pelo Sippy há muitos anos atrás, em fase de parvoíce aguda minha.

Nos últimos meses tenho-me lembrado muito dela. Muito mesmo. É que na altura não havia esta sensação de que o paraíso está atrás duma porta que com um só sopro se abriria, e só falta mesmo é coragem para soprar. Não havia em mim esta sensação de injustiça compreensível.
Não havia este silêncio. Toda esta penumbra para lá da rua.

Se ao menos me lesses, se ao menos me ouvisses, se ao menos... Se ao menos olhasses para mim!

22 September 2007

Secretamente...

... escrevo lembretes e notas várias porque a memória afinal falha;
... corro a agenda para não me esquecer das datas importantes;
... calço dois pares de meias no Inverno porque os pés gelam;
... não faço algumas perguntas porque tenho medo, muito medo, das respostas;
... perco-me em mim, e isolo-me no café do lado porque preciso de tempo para assentar ideias e formular decisões;
... arrependo-me de decisões e palavras que a imaturidade ainda não me permite travar;
... tenho saudades tuas. E dela, e dele, e deles. E afinal, de tantos mais;
... eufemizo o meu abraço porque o meu peito apertado faz saltar as lágrimas;
... calo-me para não dizer que não sei, ou que não posso, ou que não consigo;
... deixo-me ir para não dizer que não;
... digo que sim por preguiça;
... invejo muitos;
... considero-me como estando tantos valores abaixo do que outros acham;
... estou certo de que sou tão fraco...

Secretamente abraço-me à almofada e choro.
Porque secretamente ainda te amo.

18 September 2007

Transbordo

Tanta coisa para escrever, que o mais justo que tenho para Vós é não escrever coisa alguma.

12 September 2007

New concept (epá, isto não é uma loja?!)

Em conversa hoje com um tripeiro vendedor de caleiras (que raio de vida a minha!), disse-me ele uma mão cheia de vezes que jurou nunca mais ir às Antas ver o Benfica, porque "eles são completamente insurrectos". E depois repetiu esta frase, ao falar dos adeptos do Guimarães porque esses.. esses então são "estupidamente insurrectos".

E eu ali, ignorante e orgulhoso, desejoso de que a conversa acabasse para descobrir que raio de palavra era aquela. Aqui fica para os colegas ignorantes (valha-nos o Priberam!):

insurrecto
do Lat. insurrectu
adj. e s. m.,
revoltoso;
rebelde;
que se rebelou.

06 September 2007

Definição

A diferença entre um enólogo e um bebedolas está nos olhos. O enólogo não fixa o olhar no fundo do copo enquanto bebe.

Episódios mundanos

Naquele dia remarcaste-me. Quando te persegui pelo corredor tão maquiavelicamente curto, e observei o teu jovial andar ginasticado.
Em tom de reacção olhaste para trás. Eu conheço esse olhar. E conheço esse modo alterado, meio tímido, meio excitado.
Também foi nesse dia que pelo canto do olho vi um outro caminho que te atravessa ao largo de mim. E acelerei. Para longe.
Até quando me imaginaste ali?

04 September 2007

Definição de confiante é isto (brutal!)

Não quero abusar da bengala Youtube para ir enchendo o Blog, mas isto é lindo.

27 August 2007

Olha quem chegou para jantar

Ok, ele no fundo é um puto num país estranho, e secalhar é normal ter os hábitos e gostos que todos os jovens e adolescentes têm. Mas de facto, quando estou num Burger King, a última pessoa que espero encontrar a morder um Whopper enquanto se agarra ferozmente ao meio litro de Coca-cola é o Freddy Adu!

Quando pensas que já viste tudo...

... aparece o Tozé Brito com uma coisa parecida com um Best Of! E como se não bastasse, é Duplo CD...
Bem, já dizia o outro: "Bonito, bonito... são as canções do Tozé Brito!"
Eu cá continuo a preferir a versão que a S. me ensinou, mas só a publico quando tiver bolinha vermelha no canto.

20 August 2007

Mais uma noite... mais uma insónia...

"Aquele era o tempo
Em que as mãos se fechavam
E nas noites brilhantes as palavras voavam,
E eu via que o céu me nascia dos dedos
E a Ursa Maior eram ferros acessos.

Marinheiros perdidos em portos distantes
Em bares escondidos, em sonhos gigantes.
E a cidade vazia, da cor do asfalto,
E alguém me pedia que cantasse mais alto

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Aquele era o tempo
Em que as sombras se abriam, em que os homens negavam
O que outros erguiam.
E eu bebia da vida em goles pequenos,
Tropeçava no riso, abraçava venenos.

De costas voltadas não se vê o futuro
Nem o rumo da bala, nem a falha no muro.
E alguém me gritava, com voz de profeta.
Que o caminho se faz, entre o alvo e a seta.

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

De que serve ter o mapa
Se o fim está traçado,
De que serve a terra à vista
Se o barco está parado,
De que serve ter a chave
Se a porta está aberta,
De que servem as palavras
Se a casa está deserta?

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?

Quem me leva os meus fantasmas
Quem me leva os meus fantasmas
Quem me salva desta espada,
Quem me diz onde é a estrada?"

Pedro Abrunhosa

O que me rodeia

Não percebo a falta de racionalidade das pessoas. Sinto-me um perfeito anormal por conseguir, (quase) na perfeição, diferenciar o passado do presente, o antes do agora, o sexo da amizade... No fundo enquadrar cada palavra no seu contexto espacio-temporal. Não percebo que as circunstâncias nos façam perder ou diminuir ou atenuar (nem ganhar ou aumentar ou acentuar) o respeito por alguém, só porque o filme é outro.

E muito menos entendo, nem quero, aqueles que fogem do confronto da realidade. Acho tão saudável a discussão como o abraço que inevitavelmente lhe seguirá, se ambos forem adultos, respeitosos e conscientes do relógio e do calendário de cada um.

Farto de mediocridade. Farto! Só ainda não percebi se é minha ou dos outros.

19 August 2007

(A)normalidades

OK, quem me conhece sabe que este Verão primaveril que vivemos este ano é do melhor que me pode acontecer já que fujo do calor como o Benfica do bom futebol, mas noites de Agosto com esta ventania parva já é abusar um bocadinho...
Valham-nos esses mestres da ciência que são os meteorologistas para nos tranquilizarem, já que para eles tudo isto é normal.

12 August 2007

Jogar de esconde-esconde

Vá lá, agora a sério, deixem-se de brincadeiras: onde é que está o resto do fim-de-semana?

10 August 2007

Custa-me muito muito muito...

... mas tenho de confessar que isto está absolutamente genial.

http://www.sporting.pt/Servicos/Gamebox/Gameboxvideo.asp

07 August 2007

Mudam-se os tempos...

... e tudo no exterior muda... e tudo no interior se mantém...

Vida: contagem decrescente

O tempo e as experiências vão-me dando razão por pensar que assim que nascemos começamos a morrer. Cada problema, cada desilusão, cada tristeza, cada momento de melancolia, de arrependimento, de saudade, é uma machadada no saldo de alegria de vida que trazemos à nascença. Cada morte entre os nossos, representa menos um pouco de nós.

De manhã, quando acordamos, é de tudo o que é mau que nos lembramos prontamente. Os pensamentos que tentamos inibir e despistar ao longo do dia são os primeiros a brotarem. Não me lembro muitas vezes de acordar a rir.. Ok, a paixão faz isso. Meia dúzia de noites bem acompanhadas, longe de nós e do nosso espaço, como numa nuvem pintada à nossa medida, fazem isso.

Mas isso é parte sem relevo no global do nosso tempo. O sorriso vai-se preguiçando com a consciência. Pelo menos o meu.

01 August 2007

Definição I

Saudade
"do ant. soedade, soidade, suidade < Lat. solitate, com influência de saudar

s. f., lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir;
pesar pela ausência de alguém que nos é querido;
nostalgia;

Bot.,
nome de várias plantas dipsacáceas e das respectivas flores;
(no pl. ) lembranças afectuosas a pessoas ausentes;
(no pl. ) cumprimentos."

29 July 2007

Tudo o que sabe bem faz mal

Uma boa noite de Sábado é meio caminho andado para uma semana de cabeça pesada e sonos nunca regularizados.

26 July 2007

Oh Captain, my Captain

As paixões não se explicam. Não se descrevem, não se fotografam, não se traduzem em quaisquer símbolos matemáticos.

A paixão clubística, mais - muito mais! - intensa que a meramente desportiva, é absolutamente irracional. Confesso que o Estádio da Luz é o único palco em que me viro ao contrário. Soltar energias, libertar tensões, gritar, ser selvagem! O quanto eu gostava de perder mais vezes alguma parte desta consciência crítica sempre presente e equilibradora..

Voltando às emoções da Luz, o mesmo é dizer que aqueles golos nos últimos minutos, a corrida para o título com o Trapattoni, a Taça de Portugal ganha ao Porto de Mourinho no Jamor, o percurso na Liga dos Campeões com o Koeman, alimentam de facto a nossa alma de adeptos fervorosos, egoístas, cegos durante os 90 minutos de cada partida.

E muito embora concordando com a venda, é impossível não sentir tristeza na hora de despedida do grande capitão desses momentos que foi o Simão Sabrosa.

(Quase) independentemente da camisola que envergar quando (e se!) voltar à Luz, eu vou sempre aplaudir de pé alguém com quem sinto ter uma dívida de gratidão. Quem vive o Benfica concordará comigo. Todos os outros achar-me-ão completamente tolo. Possivelmente quer uns quer outros estarão certos.

22 July 2007

Na Santíssima Trindade da minha vida...

(... Parabéns ao Espírito Santo! lol)

Tenho um irmão. Sempre tive. Mais velho, sem que os cinco anos que nos separam se tenham algum dia concretizado em alguma barreira para além das óbvias. Acho que também nunca fui carraça dele. Para irmão mais novo sempre tentei ser muito independente, vivendo no meu espaço - não no dele -, e no meu tempo - nunca no dele. Tenho um irmão que é personagem principal da minha vida. Parentescos aparte, é-o porque eu quero e porque ele quer. Amigos, próximos, companheiros. Desde sempre a partilhar brincadeiras neste quarto que foi o nosso ringue, campo de futebol, mero palco de palhaçadas.

Apesar de toda esta cumplicidade, lembro-me de, adolescente, ver uma novela em que um dos jovens protagonistas tinha uma irmã mais velha como confidente, e de pensar o quanto gostava de também ter uma. Porque falar com uma mulher é diferente. É como jogar com alguém fora do nosso campeonato, assim incomparável a nós, e que para além do mais faz parte da outra metade de quem o nosso desconhecimento é tão grande como o desejo de conhecer.

Hoje eu tenho uma irmã. Eu já tenho uma irmã! Tudo porque o irmão que é amigo, especial e companheiro me proporcionou esta maravilhosa oprtunidade de ter uma compincha (o quanto eu adoro este termo) irmã mais velha. A F. entrou a matar (ou pelo menos a marcar) na minha vida. Assim de rompante, a acelerar como é seu apanágio, a conquistar-me eternamente com o seu sorridente olhar cor-de-avelã. A F. faz-me questionar o meu cepticismo de cada vez que a vejo, de cada vez que tenho saudades dela, que me rio por vê-la rir. Não era suposto eu convencer-me de que alguém, em meia dúzia de anos, conseguisse comigo uma simbiose tão ímpar e inexistente com a esmagadora maioria dos restantes. Até dos mais próximos.

À F. estarei em dívida sempre. Por ela, e por tudo o resto. Sendo que esse tudo é tão somente o mais valioso de todos os tesouros: que me comove, me derrete, me vira, me faz babar, me faz ficar, me faz partir, me faz parar e lembrar e engolir em seco; aquele que me quebra em tudo e de todo o modo.

A F., minha irmã de 3/4 de vida, mãe do meu deslumbrante e conquistador sobrinho, faz anos hoje. Daqui, e só para ti, vai o mais terno dos abraços.

Parabéns cunhadinha!

21 July 2007

Arrepiante

Era uma vez um vendedor de telemóveis...

19 July 2007

Dependências

A flor que morre de secura não pode culpar o Sol, já que sem ele nem nunca teria vivido. É culpa não desculpável do homem que não a regou.

15 July 2007

O eterno nos limites do efémero

Tudo na vida é efémero. Tudo excepto o verdadeiro e profundo Amor.


É efémero o dia e a noite. É efémero o calor da tarde, e a chuva da noite. A presença de alguém. E o sorriso. E a dor. Tem fim até o mar que nos cerca e nos aparece como infinitamente grande.


Tudo na vida é efémero. E como pode ser de outra maneira, se ela própria também o é? Mas o Amor salta e explode de dentro de nós. Ganha vida própria, e na realidade passamos nós a seus prisioneiros. Eu acredito no grande e único Amor da vida. Acredito até que muitas pessoas não o conheçam. E ao contrário do que esperava, acho que as felicito por isso. Esse Amor, quando em dor, esmaga-nos, inertetiza-nos. Empobrece-nos e rouba-nos toda a réstia de Felicidade que possa correr-nos no sangue.

(Só eu sei o quanto desejo reler estas palavras daqui a uns anos, e achar-me tolo e ignorante. Queira o Fado da minha vida mostrar-me que estou enganado! Mas temo, muito muito, que desta vez só eu esteja certo...)

08 July 2007

A maior de todas as maravilhas de Portugal: Fernando Pessoa

"O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

O Tejo tem grandes navios
E navega nele ainda,
Para aqueles que vêem em tudo o que lá não está,
A memória das naus.

O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe isso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

Pelo Tejo vai-se para o Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.

O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
Quem está ao pé dele está só ao pé dele."

Alberto Caeiro

07 July 2007

Conclusão inconclusiva

"Se gostas de mim, se gosto de ti, se isto não chega tens o Mundo ao contrário"

01 July 2007

Mulheres

São como as ondas do mar. Vêm e vão. Nunca iguais, nunca repetidas, nunca repetíveis. Cada uma com o seu som. Cada uma a explodir à sua maneira. Cada uma a salgar a areia de modo desigual. Todas deixam, neste areal que sou eu, o seu perfume e o seu rasto. A seguinte não apaga a anterior, mascara-a.

Mas quando vaza a maré há uma marca que perdura infinitamente mais que todas as outras. A da que foi a última onda da maré cheia. E fico eu fustigado por esse arrastar de cloretos que me enfraquece a termo incerto.

12 June 2007

Companheira

Há más companhias, há boas companhias, e depois há companhias especiais. E entre estas há assim a mais especial de todas. As que nos conforta. Que continua a fazer-nos sentir protegidos. Aquela que quando falta causa um pequeno desnorte cá dentro.

A companhia da nossa Mãe é óptima, não é?

07 June 2007

É impressionante...

... e o cúmulo da arrogância, a facilidade com que se acusam outras pessoas sem querer saber e ouvir a verdade.

Conceitos

Felizardos são aqueles que nascem com muitas coisas.
Felizes são os que têm coisas por mérito do trabalho e do esforço.
Gosto tanto de ser feliz..

05 June 2007

Velhice

O último livro digno que li foi esse delicioso "O que a vida me ensinou" de Valdemar Cruz.
O livro trabalha longas conversas, daquelas que vão tarde dentro, com direito a chá de tília a arrefecer sobre a mesa, que este jornalista teve com diversos homens e mulheres com mais de 70 anos.
A idade não é um posto, por si só. Certo. Mas é apaixonante, emocionante ver como esta gente aguarda serenamente a chegada da hora última. E como olham para trás, e como em quase todos eles se denota uma amargura na vida. Julgo eu que seja pelo declínio de enredo que se verifica com o passar dos nossos anos. A pergunta é só esta: esse declínio, não começará assim que ganhamos consciência?
A vida é fantástica. Uma riqueza que tantas vezes menosprezamos. Mas pode ser como um copo de água deixado ao Sol: acaba sempre vazio.
A vida será assim? Somos tão ignorantes...

27 May 2007

Feira

Lá fui à Feira do Livro.
Pelo 2º ano consecutivo deambulo solitário pela Alameda do Parque Eduardo VII. Nada de dramático se isso não fosse tão sintomático da falta de alguém que o meu olhar soturno e vidrado não consegue disfarçar.
Pelo 2º ano consecutivo fui à Feira do Livro mas não me lembro de atentar em livro algum, e as minhas recordações vão pouco para lá das pedras da calçada.